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Um assunto de mulher!

O assédio masculino é constante na vida das mulheres, seja na rua, entre amigos, ou, até, e não raro, no ambiente profissional.

Aprendemos, desde criança, a lidar com os olhares, além do encantamento; o medo do abuso, a violência psicológica e a moldar nosso comportamento para que o assédio malicioso dos homens seja menos presente em nossas vidas ou menos perigoso.

No país que apresenta a 5ª maior taxa de feminicídios do mundo, segundo dados do Fórum de Segurança Pública, encontrar uma mulher que foi abusada, ainda que seja muitas vezes encarado como segredo, não é raro de encontrar, para não se dizer até mesmo comum.  

No cenário profissional, observa-se que o cuidado com o vestuário, entre as mulheres, não se restringi a somente transmitir uma imagem de seriedade e profissionalismo, mas, a raciocinar, em alguns casos, como podemos minimizar o assédio ou como podemos, a depender de uma reunião, demonstrar que somos mais sérias do que delicadas, como se a delicadeza pudesse nos impactar negativamente. É claro, que neste caso, até a postura, o conteúdo apresentado e o tom de voz são tratados de forma muito mais minuciosa entre as mulheres.

Quantas vezes um assunto sério ou o fechamento de um contrato pode estar vinculado aos olhares de interesse e encantamento pelo público masculino, e quanto precisamos estar asseguradas e munidas de diversos artifícios para que um assunto profissional seja encarado sobre o mesmo tom apresentado? E quantas vezes a competência e a capacidade da mulher foram diminuídas pela bela aparência que esta possa revelar?

 A gentileza e a diplomacia entre as mulheres também sofrem com o desnivelamento em comparação com os homens, que não costumam serem mal interpretados se uma boa conversa ou um almoço de negócios seja interessante para que o trabalho seja executado de uma maneira mais primorosa ou que os contatos e relacionamentos profissionais sejam estendidos. O networking, para as mulheres, deve ser tratado com muito mais cuidado, pois certamente, em um momento ou outro, um contato mais aproximado pode ser interpretado ou encarado de forma constrangedora.

Neste cenário, o melhor a se fazer não é o de se esconder dentro de casa, mas o de buscar espaço entre todos os ambientes, mesmo que munidas de cuidado, a fim de coibir este círculo que não compreende, muitas vezes, as mulheres com o mesmo respeito que os homens costumam deter, seja no ambiente profissional como na sociedade.

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